terça-feira, 21 de março de 2017

Uma Arquibancada de Emoção, Obrigado #SomDasTorcidas

SÓ LEIA ESTE TEXTO SE JÁ TIVER OUVIDO O PODCAST SOM DAS TORCIDAS, SE NÃO OUVIU; OUVE E VOLTA AQUI! http://www.central3.com.br/programa/som-das-torcidas/

Este podia ser apenas um Email de agradecimento a Leandro Iamin e Matias Pinto, mas como não achei email dos senhores vai no blog mesmo, por tentar fazer as pessoas entenderem que Futebol é muito mais do que um jogo.

A Cultura de Arquibancada é algo que vai muito além do jogo em si, é todo o envolvimento popular que se dá antes, durante e depois de cada rolar de bola.  E isto é especialmente difícil de explicar, principalmente quando se nasce fora do Cenário Central do Futebol Nacional,  Afinal, por que ser Remista? Por que se manter Remista?


Quero agradecer especialmente pelo programa 98 sobre a torcida azulina, foi difícil dirigir em Curitiba com tantas lágrimas correndo a cada canção que vinha. É quase impossível explicar pra quem é de fora de Belém, mesmo que goste de Futebol, o que é o Sentimento Azulino e o que significa a rivalidade.

Lembro de minha finada vó expulsando pessoas de dentro de casa por citar o nome do Inimigo. Posto que Evandro de Almeida, nome oficial do Baenão, era parente de Dona Nazaré, não podia ser diferente. Já basta te-los como vizinhos, afinal apenas uma quadra e a Avenida Almirante Barroso  ( não mais do que duzentos métros) são tudo que separam o Maior do Norte do time do Coronel.  Time do Coronel inclusive que herdou muitos torcedores da Finada Tuna Luso-Brasileira, a Águia do Souza sempre foi um clube da Colônia Portuguesa e não poderia jamais se dobrar ao time dos Caboclos, então lhe restou abraçar a elite branca e rumar ao outro Lado da Almirante a cada Final de semana pra secar o Clube do Remo.

O Clube do Remo é uma força da Natureza, algo que parece sempre adormecido mas que acorda de forma devastadora se expressando no canto de sua Torcida.  Já se vão 10 anos sendo um dos 8 Maiores Médias de Públicos de todas as divisões do futebol Nacional. Atualmente, março de 2017, é o sexto.  Ai amigo, não Adianta discutir valor de ingresso ou número de Jogos.  Isso é Torcida que Ama e acompanha. Não é por acaso que o Hino do clube do Remo guarda o Verso "Em Cada um de Nós Mora a Esperança".


Costumo dizer que nada é como REpa - Relato isto com a ombridade de quem acompanha clássicos e arquibancadas por todos os cantos do país, costumo ir aos estádios de cada cidade em que piso, minha última Incursão foi a Mooca de Juventus x Taubaté - Belém amanhece em Festa, todas as casas assumem as cores de sua preferência, o churrasco e as apostas começam cedo e a festa só termina no dia seguinte. Não existe Clássico do Brasil que se compare.  
Não posso deixar de dizer que somos Papa do Inimigo e Registrar duas coisas interessantes sobre o Clássico-Rei da Amazônia:
1 - A Torcida do Remo, um belo dia convencionou que após o Hino do Brasil e do Pará, que são obrigatoriamente tocados em todos os eventos esportivos no Pará, inicia-se automaticamente o Hino do Clube do Remo que é Cantado a Capella, fazendo as testemunhas do Lado B ficarem caladas ouvindo-nos. 
2 - Vocês lembram do Nicácio? Ex-Jogador do Ceará e outros grandes clubes do País? Ele teve seu momento de depressão e foi jogar uma temporada do lado de lá da Almirante. Nesta Passagem cansado da torcida corneteira e que pouco comparece de fato a bancada, durante o REpa ele cobra as testemunhas Contrárias; "VAMO,  BORA PORRA, TORCIDA DE MERDA!" (vídeo) - Jogo Seguinte era outro REpa, resultado? Uma Faixa na Maior Torcida Escrito; "O NICÁCIO TEM RAZÃO".  Isto só pra completar uma canção tradicionalmente entoada pelos azulinos no início de Todo REpa que estamos, como sempre, em maioria, ao som de Ivete Sangalo:
"Arreda, Arreda, TORCIDA DE MERDA!"


Cabe aqui fazer uma nota sobre uma adaptação da Camisa 33 a linda canção da Peste Blanca do All Boys, que diz que todos os seus hijos vão chorar quando o Papa estiver de volta na primeira, mas em Belém vemos isto como algo mais íntimo ainda e a Torcida Profetiza: A TUA TORCIDA VAI TE LEVANTAR!



Ideia que também está no Hino do Clube Quando diz: Enquanto a Azul Bandeira tremuleja, o vento a Beija como a Sonhar, e honrando esta bandeira que Flameja, nós todos saberemos com Amor Lutar!"


Finalizo este depoimento sobre o Clube do Remo retornando a Cidade de Belém nas palavras de Edgar Proença, que além Remista de corpo e alma que empresta seu nome para o Mangueirão ( Estádio Olímpico do Pará Jornalista Edgar Proença), neste poema cantado por Lucinha Bastos Para agradecer vocês novamente por nos dar a chance de tentar explicar um pouco do que é esse sentimento de ser Remista.



Gostaria ainda apenas de apontar dois pontos sobre Outro Cast muito bom que foi sobre as Música do San Lorenzo. 

Confesso que quando estive em Buenos Aires e conheci a história, trajetória e a Torcida do San Lorenzo minhas definições sobre Futebol foram atualizadas.  A Luta pela volta a Boedo é também a luta contra as injustiças das Ditaduras na América Larina. Tendo isto em vista o Argumento que mais dói na Canção dos Corvos contra a Hincha do River não é o fato de que eles são bons de televisão apenas; mas sim a estrofe final que recorda a Luta da torcida do San Lorenzo pela construção do Nuevo Gasometro em comparação a o Favorecimento do River por um regime que manchou de sangue a história Argentina. Cantam os Corvos:
"Somos tan diferentes vos sos platea y nosotros popular hasta en la gente podes notar que no es la misma la manera de pensar.  
Esta hinchada hizo la cancha y jamás se olvidará que la tuya te la hizo, EL GOBIERNO MILITAR"


Agora sobre as diferenças com o Huracán - e é incrível como os Corvos ODEIAM o Globito, é algo uníssono -. A Genialidade, ao meu ver, não está em dizer que a Banda do Huracan chegou em um Fiat 600 e um Ciclo Motor, mas sim em pedir um minuto de silêncio ao rival, é como dizer; "Não importa o resultado deste que é só mais um jogo, vocês já morreram só falta enterrar".

Enfim, Obrigado!

Curitiba, 22 de março de 2017.

Daniel Gaspar

quinta-feira, 26 de janeiro de 2017

Boa Noite Saudade.

Eu sinto falta da tua melodia
Da noite que vira dia
No balanço dos teus barcos
Nas tuas janelas e arcos

Sinto falta da tua poesia
Na tua Juventude tardia
Com o toque de mãos por valentia
Enquanto alguém dormia

Sinto falta dos teus cabelos negros
Do toque da pele Branca na ponta dos dedos
Dos teus encantos maduros
Deixando novos amantes em apuros

Sinto falta do teu gingado
A cada passo dado
Teu relógio apressado
Teu açaí adoçado

Sinto falta se me sentir assim;
Fortemente Embreagado
Ou Levemente apaixonado.


Curitiba, 26/27 de janeiro de 2017.

Daniel Gaspar